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  • Giuliana Pompeu

O filme "Era o Hotel Cambridge" e a mobilidade que vai além do transporte

A maneira como a cidade é construída e distribuída diz muito sobre sua acessibilidade e a possibilidade que cada indivíduo tem em ocupar a mesma. Não são apenas ruas e sistemas de transportes que geram mobilidade na cidade, mas também o simples deslocar de cada pessoa que habita as vielas e becos de uma metrópole como São Paulo.

Afamado pela crítica e ainda em digestão pelo público, o quarto longa de Eliane Caffé traz luz a uma questão latente em São Paulo: como sobrevivem os imigrantes e brasileiros sem teto em uma cidade como a nossa.

Para contracenar com a realidade, Eliane convidou dois grandes nomes da dramaturgia: Suely Franco e José Dumont. Ao lado de personagens da vida real, os atores aproximam a história do público das telonas, que raramente se veem frente a questões tão delicadas como ocupações.

Mais do que discutir os processos dos grupos de habitação na capital paulista, o filme traz à tona, de forma não tão declarada, as questões da especulação imobiliária, que delimitam muitas linhas de acesso em uma cidade.

Alguns telespectadores fizeram um paralelo com o, também nacional, longa de Kleber Mendonça Filho, "Aquarius". Cabe aqui observar que, apesar de trazer com mais clareza as questões da especulação imobiliária em uma grande cidade, o filme de Mendonça estagna numa esfera romântica do problema.

Na contramão desse romantismo, "Era o Hotel Cambridge" é como um tiro de borracha da Polícia Militar; corta a pele, mas não mata, porque não somos nós que estamos nesses prédios, mas apenas atrás da tela.

Abaixo, você confere o trailer do longa:

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