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  • Pro Coletivo

Por uma cidade mais densa e móvel


Há 16 anos, o paulistano Alexandre Frankel passava a maior parte do seu tempo no carro, pois morava longe da faculdade e do trabalho. “Era uma catástrofe: eu vivia irritado e sem energia. Em 2005 me casei e fui morar num apartamento pequenininho perto de onde trabalhava. Ganhei de cara cinco horas e entendi que existe um outro caminho para quem decide largar o carro. É uma cidade nova, com mais mobilidade, saúde e qualidade de vida. Essa percepção me motivou a transformar isso em um negócio”, ele conta. A construtora Vitacon, fundada poucos anos depois, em 2009, nasceu dessa descoberta e hoje conta com 70 edifícios projetados para quem quer viver a cidade de São Paulo de outra forma.

Alexandre não renovou mais sua carteira de habilitação e só se move de bicicleta, patinete, metrô e carona (que pega no carro da esposa). “E minha vida está maravilhosamente bem”, pontua. Autor, com o jornalista Leão Serva, do livro “Como Viver em São Paulo sem Carro”, e do app Sem Carro, ele montou uma incorporadora finamente conectada com a mobilidade ativa e coletiva.

Seus edifícios têm zero vagas de garagem e muitas opções de compartilhamento de bicicletas, patinetes e carros elétricos. Erguidos em regiões próximas a estações do metrô, eles buscam aproximar as pessoas – de diferentes classes sociais – de seus locais de trabalho. Por isso, as metragens são diminutas. Quando ele lançou o primeiro empreendimento, na Vila Olimpia, com 43 m², recebeu uma saraivada de críticas. “As pessoas estavam numa onda de vender condomínios distantes, em beira de estrada, apartamentos maiores, e eu entendi que era exatamente o inverso: que a pessoa podia encolher o tamanho, mas morar nos lugares centrais, para chegar a pé em três minutos”.

Com o tempo, ele foi encolhendo ainda mais o espaço – hoje tem um lançamento de apenas 10 m² (acima), em Higienópolis – e vendo o sucesso aumentar.

Para o empresário, o importante é não gastar horas e horas no trânsito e ter uma vida melhor. “A chave é morar de uma forma mais minimalista nas regiões centrais”, ele diz. “Nosso modelo de urbanização é cruel, pois exclui a população para as periferias, onde ela não tem infraestrutura, escola, serviços e gasta quatro ou cinco horas por dia para ir e voltar do trabalho. Acredito na densidade, que gera desenvolvimento e torna a vida de todos mais fácil e produtiva”.

Um bom exemplo da economia compartilhada, seus lançamentos contam com sala de jantar, cozinha, coworking, academia e vários outros serviços nas áreas comuns, convidando os moradores a interagir mais com a cidade. “É menos solo construído, menos pegada ecológica, menos gente usando carro, com mais saúde, tempo e dinheiro. Quero investir cada vez mais na moradia fluida e flexível, construída de forma sustentável e tecnológica”.

O mais recente lançamento da Vitacon são cápsulas (acima) de 2 m² – isso mesmo – na avenida Brig. Faria Lima, concebidas para quem participa de eventos em São Paulo ou mesmo para funcionários que fazem horas extras e precisam estar cedo no dia seguinte. Inspiradas nos hotéis-cápsulas do Japão, as cabines contam com vestiário com chuveiro fora e custam entre R$ 100 e R$ 120 por pernoite.

Ainda em fase de testes, o edifício disponibiliza reservas elo site ou aplicativo da Housi, empresa spin-off da construtora Vitacon. “A ideia é facilitar digitalmente a vida de quem precisa estar próximo e não quer pagar caro por um hotel localizado na região. É uma locação “on demand”, a partir de uma hora”, explica o empresário, que irá lançar ainda este ano uma segunda unidade na avenida Paulista.

Tudo para tornar o vaivém das pessoas mais prático, fluido e prazeroso. Em uma vida sem carro.

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