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O transporte público como espaço seguro para todos


O debate sobre o espaço do transporte público e da mobilidade urbana para grupos extremamente marginalizados é primordial no quesito de inovação e desenvolvimento da mobilidade. No entanto, o preconceito se encontra tão enraizado na sociedade que muitas vezes passam despercebidos.

O transporte público é um espaço primordial da vida na cidade e precisa urgentemente acolher as necessidades do público, entendendo questões de uma mobilidade mais diversa. Para além do espaço, é necessário pensar que a experiência para cada pessoa é diferente.

Em eventos relacionados à mobilidade urbana, é raro observar diversidade nos lugares de fala. As situações de negligências e falta de representatividade de grupos que são considerados minorias sociais significam na prática que tais pessoas e suas vivências não estão sendo consideradas no espaço público e na construção de políticas públicas.

POLÍTICAS PÚBLICAS

Em 2019, uma lei tornou crime a importunação sexual e o transporte público de todo o país adotou campanhas de conscientização. A lei foi inspirada nos casos que repercutiram nos últimos anos de mulheres sendo abusadas e assediadas no transporte público, mesmo sob a luz do dia.

Conjuntamente esse mês, vereadores de Belo Horizonte aprovaram a lei em combate ao assédio de mulheres no transporte público, que passará para aprovação do prefeito. Assim que sancionada, cartazes deverão ser colocados nos terminais de ônibus, dentro do transporte e em vagões do metrô, com orientações sobre como agir em casos de assédio e os números de telefone para denúncias. As pessoas que usam e precisam do transporte público para se deslocarem nas cidades precisam ser ouvidas sobre suas carências, principalmente se há casos de violência homofóbica, transfóbica, preconceito e assédios. Assim a cidade como um todo se torna responsável.

CIDADANIA

Como espaço frequentado por uma multiplicidade de pessoas, dos mais diferentes lugares e classes sociais, o transporte público é o ambiente ideal para ações pedagógicas e sociais.

A Unidade Móvel da Cidadania LGBT+ da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo faz um tour desde 2015 por terminais de ônibus da capital. Presta assessoria jurídica, psicológica, pedagógica e de assistência social. A ONBOARD também tem trabalhado para construir uma rede de mulheres que podem dar um “aulão” sobre diversos assuntos na mobilidade, não só sobre ser mulher e usar transportes, mas qualquer tema sob a ótica feminina.

O projeto intitulado Direção Feminina visa auxiliar curadores, diretores e conteudistas de eventos voltados à mobilidade, para que encontrem mulheres que possam falar sobre qualquer assunto.

DADOS E ANÁLISE

A Pesquisa da Diversidade realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope mostrou que 37% dos entrevistados já presenciaram ou foram vítimas diretas de preconceito de gênero ou orientação sexual em espaços públicos e no transporte público, sendo os lugares mais hostis a pessoas LGBT+ registrados na pesquisa. Em seguida, 32% das pessoas presenciaram ou foram vítimas em escolas e 31% em shoppings e comércios.

INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Em Belo Horizonte existe um aplicativo de carros compartilhados só para LGBTs, oHomodriver. O app parte da popularização de Uber e similares que tornou a categoria um meio de transporte essencial na vida de muita gente.

Outra tecnologia é a Nina. O projeto visa a segurança através da geração de dados sobre casos de assédio a partir de denúncia do usuário. A partir da ativação de alertas, o aplicativo ajuda a garantir o salvamento do conteúdo das câmaras para a investigação policial posterior.

Texto originalmente publicado em Agora é Simples.

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