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  • Por Ana Júlia Cano - 29HORAS

FLOR NO ASFALTO

São Paulo também tem samba no pé! E nesse sábado (11), amanhã, ele começa no Memorial da América Latina, no Evento Carnaval na Praça. Confira os blocos que saem pela cidade e participe dessa festa coletiva com criatividade e alegria

Terra dos arranha-céus, do chão de asfalto impenetrável, da garoa e dos workaholics. A capital paulista sempre foi vista como a região cinzenta do mapa brasileiro, onde não há festa a céu aberto e nem boemia. Quando pensamos no Carnaval, por exemplo, São Paulo dificilmente será um dos destinos cobiçados pelos turistas. Mas para os paulistanos o cenário já se modificou e engana-se quem acredita que a cidade fica deserta no mês de fevereiro.

A partir de 2014, com políticas públicas e normas especiais voltadas para o Carnaval de rua, os cidadãos viram a folia se multiplicar pelas vias da cidade como não viam há muito tempo. Em 2015, foram cerca de 300 cadastros de blocos, cordões e bandas na Secretaria Municipal de Cultura. Em 2016, a mesma coisa. E 2017 chegou batendo recorde: são 495 folias programadas para acontecer do dia 17 de fevereiro ao dia 5 de março. Sob tutela da Prefeitura, todas as festas cadastradas terão acompanhamento da CET, ambulâncias de prontidão, banheiros químicos à disposição e rotas e horários programados para não haver problemas com a vizinhança.

O Carnaval de SP passou a reunir cerca de dois milhões de foliões nas ruas todos os anos e começou a atrair grupos do Rio de Janeiro, como o Bloco Sargento Pimenta, que transforma canções dos Beatles em marchinhas de carnaval, e o Monobloco, grupo responsável por levar mais de 50 mil pessoas ao Parque Ibirapuera para ouvir MPB em ritmo de Carnaval no ano de 2016.

Para além da participação carioca, o Carnaval paulistano leva o tom do que há de melhor na cidade cosmopolita: a pluralidade. Sempre em ritmo de marchinha – para não perder a principal característica da festa –, há blocos para quem curte os mais diversos estilos musicais: para os fãs de punk, o Bloco 77 traz os clássicos do estilo em marchinhas, aos que curtem Rita Lee, o Bloco Ritaleena faz um tributo à cantora retomando canções de toda a sua carreira. O Acadêmicos do Baixo Augusta, com a rainha de bateria Alessandra Negrini, a madrinha Tulipa Ruiz e o porta estandarte Marcelo Rubens Paiva, leva o agito para o asfalto da Rua Augusta. E para quem procura um carnaval mais tradicional, o bloco Ilú Obá De Min – com 310 mulheres na bateria – invade as ruas do Centro batendo os tambores afro-brasileiros até o coração tremer e os pés saírem do chão.

E não há como deixar de mencionar os bloquinhos da Vila Madalena, com tom mais alternativo e engraçado. Este é o caso do Bloco Carnavalesco João Capota na Alves, que parte da Rua Oscar Freire com letras originais até chegar na Rua João Moura – este ano, comemorando dez carnavais. E na Vila o espaço também é garantido para as crianças. Aos pais interessados em introduzir seus filhos à festa, há o bloco infantil Mamãe Eu Quero, onde as crianças podem se divertir em segurança na companhia de músicos fantasiados de super-heróis e personagens.

Essas são algumas das muitas opções para quem pretende cair na gandaia paulistana que se espalha não somente nos bairros centrais, mas também nos mais afastados. Para conhecer todas as atrações oficiais, datas e locais de concentração, basta acessar carnavalderua.prefeitura.sp.gov.br/eventos/blocos. E que fique avisado aos viajantes: São Paulo tem garoa, mas também tem flor. E, como já dizia Drummond de Andrade, essa flor furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

PARA SAIR COM OS BLOCOS

Bloco Sargento Pimenta – 11 de fevereiro

Mamãe Eu Quero - 18 de fevereiro

Ritaleena – 18 e 26 de fevereiro

Monobloco – 19 de fevereiro

Acadêmicos do Baixo Augusta – 19 de fevereiro

Ilú Obá De Min – 24 e 26 de fevereiro

Bloco Carnavalesco João Capota na Alves – 25 de fevereiro

Bloco 77 – 25 e 27 de fevereiro

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