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  • Giuliana Pompeu

Nas ruas e na vida, somos mulheres todos os dias

Nesse Dia Internacional da Mulher, mais do que flores e chocolates, nós queremos igualdade. Assim como em todas as esferas da nossa sociedade, a mobilidade é um ambiente que apresenta desafios para as mulheres pelo simples fato de serem mulheres. Se deslocar pela cidade é um direito de todos, e quanto mais mulheres fizerem isso com segurança, e da forma que escolherem, mais inclusivo é o trânsito de uma cidade.

Segundo dados recentes da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), que realiza diversas contagens de ciclistas pela capital paulista, a média de mulheres usando esse modal em SP é de apenas 7%. O que representa pouquíssimas mulheres pedalando pelas ruas, já que em números gerais os deslocamentos feitos em bicicleta por São Paulo são 3% de todas as viagens. Nesse sentido, a Ciclocidade fez uma pesquisa que revela o perfil de mulheres que usam a bike como meio de transporte em SP, além de ter ouvido também os desafios que impedem outras mulheres de pedalarem. A pesquisa conversou com 334 mulheres, sendo 128 ciclistas e 206 não-ciclistas. E todos os resultados podem ser conferidos aqui!

A rapidez, a promoção da saúde e a economia são as três principais motivações das mulheres que optam pela bicicleta como meio de transporte em SP. Juntas, somam 59% do principal motivo para mulheres pedalarem. Já entre as não-ciclistas, o risco de colisão, queda ou atropelamento é um impeditivo 19 pontos maior (21%) do que o receio de chegar desarrumada ou suada (2%).

Como resolver isso? Acalmando o trânsito e pensando em políticas que incluam mulheres. Afinal, historicamente, somos nós que fazemos maior número de deslocamentos ao longo do dia. Seja para ir ao trabalho, levar os filhos à escola, ou realizar as diversas tarefas de casa, a rua está constantemente ocupada por mulheres, e incluir melhor esse gênero significa incluir todos.

Essa visão é fortemente defendida pela estudiosa de mobilidade Lake Sagaris, que roda o mundo apresentando seus estudos e projetos nesse sentido. Além do recorte de gênero, Lake estuda intermodalidade como ferramenta de inclusão social e segurança para as mulheres nas cidades.

“A intermodalidade é muito possível, o mito de que subir com uma bicicleta em um ônibus atrasa a viagem já caiu em pesquisas chilenas. E mais do que possível, a intermodalidade em um sistema de transportes de uma cidade significa segurança para as mulheres, que podem evitar ter de completar um caminho apenas de bike quando não se sentirem seguras para tal”, declarou Lake em sua palestra na última edição do Bicicultura.

A igualdade de gênero passa pela mobilidade, e é urgente pensar nela com esse enfoque. O Dia da Mulher é todo dia; nós existimos na cidade todos os dias. Vá além dos mimos e elogios, reflita sobre as suas atitudes e como é possível ser mais igual com a sua igual.

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