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  • Por Ana M M González

A cidade e nós


Como você vive a cidade em que mora? Pergunta estranha? À primeira vista sim, mas nem tanto se percebermos que ela pode nos fazer entender o paraíso ou o inferno do nosso dia a dia.

Cansada de carro e de trânsito congestionado, há cerca de três anos eu comecei a andar de ônibus. Vários motivos foram se acumulando e aos poucos passei a observar o transporte público com mais simpatia. Menos tempo em imensos congestionamentos naquelas vias em que isso se repete ad eternum, mais movimento para minhas pernas que sinto mais fortes, menos gastos abusivos em estacionamentos, uma colaboração para a diminuição de monóxido de carbono no ar coletivo.

Como se tudo isso não bastasse, descobri outra cidade e outra população. Fiquei mais próxima de muitas histórias que se contaram perante meus olhos. Por exemplo, como quebrar paradigmas comportamentais e preconceitos a fim de gerar uma cidade mais humana? Simpático, não é mesmo? E há números a corroborar essa questão. Vamos a eles.

Vantagens e prejuízos

Dados estatísticos mostram números assustadores por prejuízos no tempo perdido nos deslocamentos, por efeitos da poluição na saúde pública e por mortes no trânsito. A substituição por outras formas de mobilidade como o transporte público, o pedestrianismo e o ciclismo podem mudar esses números, evitando desastres e tornando a cidade mais gentil e possivelmente, mais humana.

Chantal Brissac e Anna Paula Serodio, fundadoras deste blog PRO COLETIVO explicam: “Pretendemos desenvolver uma nova visão de valores e hábitos, pois a cultura atual ainda é fortemente apoiada no carro individual”. Elas continuam: “Queremos facilitar a conexão das pessoas com a cidade de São Paulo e com sua coletividade para que elas vivam a “cidadania ativa”: as sociedades com cidadãos ativos funcionam melhor do que as que estão voltadas para o individual por promoverem a solidariedade, a empatia e a preocupação com o próximo e com o ambiente”.

Bonitas palavras, tudo isso parece tão sensato e fácil. Mas não é. Mudar hábitos e cultura demandam tempo, pois o desenvolvimento de tais mudanças só poderá acontecer junto a uma nova consciência a respeito desses assuntos. A noção do que o coletivo é boa alternativa ainda não está tão clara para nossa sociedade.

Daí a necessidade do trabalho do PRO COLETIVO e de pessoas que possam colaborar na disseminação dessa cultura em uma ação conjunta pelo bem de todos.

Há uma frase que sintetiza o que há por ser feito: “País rico não é aquele em que pobre anda de carro, é aquele em que o rico anda de transporte público”. Quando poderemos dizer que temos essa riqueza social mais perto de nós?

Argumentos contra esse hábito a favor do transporte público são, entre outros, a questionável segurança pública e o mal estado das calçadas. Mas sempre teremos argumentos contra. Como otimizar os argumentos a favor dessa cidade mais humanitária? Uma reflexão se faz necessária para pensarmos, vivermos e aproveitarmos melhor a nossa cidade. Uma cidade que deve ser feita para as pessoas serem mais felizes e terem mais saúde e bem-estar. Mais tempo livre para o lazer, menos tempo de imobilidade no trânsito. Mais sorrisos e cantos, menos gritos e buzinas. Mais ar fresco e puro, menos fumaça e fuligem. Por que não?

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