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Aplicativos contra o assédio

  • Foto do escritor: Chantal Brissac
    Chantal Brissac
  • 1 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

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Segundo dados da PNAD contínua do IBGE (2019), de 92 milhões de brasileiras adultas, 46% das mulheres sentem-se inseguras ao usar o transporte coletivo, devido ao assédio e à violência. A Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres aponta que há uma denúncia de agressão a cada sete minutos no Brasil. Mas estima-se que a incidência é bem maior, já que 52% das mulheres vítimas de assédio não declaram os casos.

“Ainda existe dentro do imaginário coletivo a ideia equivocada de que ser homem é assediar. A ocorrência do assédio ajuda a medir o machismo em uma sociedade e também a omissão do estado, cujas instituições reproduzem comportamentos machistas", diz Fabíola Sucasas Negrão Covas, promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo.


“A gente é criada desde cedo para ter medo de andar sozinha na rua à noite, mas não deveria ser assim”, diz a arquiteta e urbanista mineira Priscila Gama, de 37 anos, idealizadora do aplicativo Malalai, que coleta informações de segurança sobre rotas de forma colaborativa e possibilita a companhia virtual com avisos automáticos de localização e chegada ao destino.

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Priscila Gama, criadora do aplicativo Malalai - foto Mônica Imbuzeiro / Agência O Globo


O app funciona em três frentes. A primeira é preventiva, com informações sobre as ruas e um mapeamento colaborativo dos lugares mais iluminados e postos policiais. A segunda permite que a pessoa tenha sua rota acompanhada virtualmente. E a terceira frente é emergencial, fornecendo um botão que, acionado, envia mensagens de pedido de socorro a três contatos de confiança pré-selecionados.


Filha de uma ex-cobradora de ônibus, a pernambucana Simony César desenvolveu a tecnologia NINA para empoderar vítimas e testemunhas na denúncia de casos de assédio na mobilidade urbana. A Nina é uma startup que desenvolve uma tecnologia que pode ser integrada a uma série de soluções em transporte. Ela começou a operar em março de 2019 com um projeto piloto em Fortaleza. “O primeiro ano de atividade trouxe quase 2 mil denúncias de assédio sexual nos coletivos, e cerca de 10% foram apresentadas criminalmente com o apoio da nossa tecnologia, que auxilia no levantamento de provas”.

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Simony César, criadora da tecnologia NINA, que tem projeto piloto em Fortaleza


Para Luísa Feyo Guimarães Peixoto, especialista em Mobilidade e Políticas Públicas da Quicko, startup que oferece soluções para o usuário integrar diferentes meios de transporte (transporte coletivo, bicicletas, táxis etc.), as informações de rotas são essenciais para a segurança das mulheres. Para isso, além dos dados em tempo real das linhas, o app da Quicko oferece ferramentas que permitem reportar questões como lotação, atrasos e preservação de ônibus. Outro recurso do aplicativo é a função “compartilhamento de rotas”, que auxilia na segurança.

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Luísa Feyo Guimarães Peixoto, da Quicko



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